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Creatina
Segundo Joseph Quatrochi, Ph.D. e professor no Metropolitan State College em Denver, todo mundo já ouviu falar de Creatina alguma vez na vida. O que é a Creatina afinal? É um aminoácido geralmente encontrado nos alimentos ricos em proteína como a carne vermelha e o peixe. A Creatina não é um esteróide. O fosfato de creatina é utilizado pelos músculos para gerar energia nos 10 primeiros segundos de um trabalho intenso, como no treinamento da Musculação, por exemplo. Ela fica estocada nos músculos e raramente está disponível para a reposição de energia para atividades intensas e de baixa duração. A Creatina ficou conhecida a partir do verão de 1998 quando foi revelado que o suplemento desta substância estava sendo utilizado por um jogador de beisebol , o McGwire e que bateu récorde de home run e se destacou em competições a partir daí.

A idéia de usar a Creatina como suplementação tem o objetivo de sobrecarregar os músculos de maneira, que estoque essa substância mais do que o normal . Teoricamente, esse procedimento vai ajudar o praticante de musculação, ou outra atividade semelhante, a completar mais repetições numa série ou levantar maior carga numa mesma repetição, e consequentemente conseguir um resultado melhor em força e hipertrofia muscular. Mas será que isso realmente funciona na prática? Estudos publicados dentro deste tema são muito inconsistentes. Uns afirmam que o uso de suplementos de Creatina, podem melhorar a performace, em atividades como a Musculação e Corrida de curtas distâncias . Outros desmentem tais resultados. Por existir tantas variáveis envolvidas, como a dosagem de creatina inicial, o tipo de treinamento, alimentação e ingestão de água, não se espera que os resultados sejam tão homogêneos. Especialistas em Fisiologia e Nutrição alertam aos "marombeiros" sobre o uso indiscriminado desta substância, pois nada ainda foi concluído a respeito dela ou sobre os efeitos colaterais da suplementação. Assim, O colégio Americano de Medicina do Esporte recomenda que a creatina não deva ser usada por pessoas abaixo de 18 anos. E ainda afirma, que a maioria das pessoas conseguem atingir seus objetivos com um bom programa de atividades físicas e uma nutrição bem equilibrada.

Creatina: liberada e eficaz

Artigo básico na relação de suplementos da grande maioria dos atletas de alto nível, o uso da creatina já é comum também entre os freqüentadores de academias de ginástica interessados em esculpir os músculos. Com uma grande vantagem: ao contrário dos perigosos anabolizantes, cujo uso é proibido por lei e contra-indicado pelos médicos, a creatina é aceita pela comunidade médica, importada regularmente no Brasil, e até hoje não foi descoberto nenhum efeito colateral associado a ela.

Nos anos 80, começou a despertar a atenção pela possibilidade de melhorar a performance esportiva, mas só passou a ser adotada com esta finalidade a partir dos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992.

Encontrada sob a forma líquida, em cápsulas ou em pó (para ser misturada com água), a creatina é, na verdade, uma substância que o próprio organismo produz naturalmente. Derivada de três aminoácidos distintos _ arginina, ornitina e lisina _, é uma das fontes de energia do corpo humano e existe em maiores concentrações nos rins, pâncreas e músculos.

A eficácia dos suplementos de creatina é mais evidente em indivíduos vegetarianos

Justamente por ser uma importante fonte de energia para contração muscular, a creatina em forma de suplementos é indicada para atividades de esforço intenso e pouco duradouro, de acordo com o doutor João Olyntho.

“É uma substância segura para esportes que exigem muita potência num curto espaço de tempo, como aqueles que envolvem saltos, corridas de curta distância, lançamentos, golpes de luta e movimentos do vôlei e do basquete, por exemplo”, descreve o médico.

A eficácia dos suplementos de creatina é mais evidente em indivíduos vegetarianos, segundo João Olyntho. Exatamente porque eles ingerem pouca proteína, substância também necessária para a formação da massa muscular, obtêm mais benefícios com o uso da creatina. “Os vegetarianos têm um ganho enorme com a creatina. Quem come carne já tem níveis mais altos da substância no organismo”, explica.

O único efeito colateral conhecido da creatina é a retenção de água no organismo

Mesmo assim, a substância em forma de suplemento também é indicada para atletas carnívoros, a menos que eles adotem uma dieta um tanto bizarra: um quilo de salmão por dia substitui as doses extras de creatina, segundo o doutor João Olyntho.

Entretanto, a despeito da opção alimentar de cada atleta, a substância pode ser usada sem problemas, já que não apresenta efeitos colaterais. “Por ser inócua, pode ser prescrita de forma indiscriminada a vegetarianos ou carnívoros”, explica. Segundo o médico, o único efeito colateral conhecido da creatina é a retenção de água no organismo, fato que pode estar ligado diretamente ao aumento da massa muscular dos usuários da substância.

Aceita pelo Comitê Olímpico Internacional, pela Food and Drugs Administration _ órgão do governo americano que regulamento o uso de medicamentos _, a creatina também pode ser usada por adolescentes ou idosos. Mas os atletas e freqüentadores de academias são mesmo seus principais usuários, todos interessados em aumentar a massa muscular magra, seja para melhorar resultados esportivos ou apenas a aparência.

O grande mercado consumidor da creatina está nas academias de ginástica

Segundo João Olyntho Machado Neto, a creatina, ingerida com carboidratos, penetra mais facilmente nas células e potencializa seus resultados. Ao mesmo tempo, não deve ser combinada com produtos que contenham cafeína, como café, mate, chás e refrigerantes à base de cola. De acordo com o médico, a cafeína inviabiliza os efeitos da creatina devido a uma reação bioquímica.

O médico diz que a creatina pode ser administrada por longo tempo, no caso dos atletas, sem prejuízo para a saúde. “Não há evidência da necessidade de interrupção de seu uso”, afirma. A dose inicial, segundo ele, é de 0,03 gramas de creatina para cada quilo de peso do indivíduo, durante uma semana. Depois disso, a posologia para manutenção é de dois a três gramas por dia.

Os malhadores de academias costumam tomar a mesma dose, segundo ele. “O grande mercado consumidor da creatina está nas academias de ginástica”, destaca João Olyntho, que é médico das academias cariocas Pró-Forma e Leblon. Para concluir, outra boa notícia: além de lícita, a substância, que não é produzida no Brasil, não engorda.


Creatina, uma proteção extra para os neurônios

A creatina, um suplemento popular usado por atletas, pode proteger contra problemas cerebrais causados por traumatismos cranianos. Pesquisadores da Universidade de Kentucky, nos Estados Unidos, alimentaram ratos de laboratório com uma dieta rica em creatina durante quatro semanas. Depois do traumatismo, esses animais tiveram apenas metade dos problemas cerebrais que aqueles que mantiveram a alimentação normal.

De acordo com a pesquisa, a creatina ainda pode prevenir contra problemas secundários que ocorrem alguns dias depois dos traumatismos. Esses problemas são causados, aparentemente, pelo fim da regulação dos níveis de cálcio no cérebro. A creatina ajuda a manter os níveis normais.

“O estudo indica que os atletas estão ganhando uma proteção extra para os neurônios graças aos suplementos de creatina”, diz Stephen Scheff, chefe das pesquisas. Os cientistas alertam, no entanto, para o fato de que muitos deles estão utilizando o suplemento inadequadamente, em geral, em doses altas demais.

A creatina, encontrada naturalmente nos peixes e nas carnes bovinas, tem sido largamente usada por quem pratica atividades físicas, seja de nível profissional ou amador, para aumentar a força muscular e a resistência física.

Fonte: www.creatine.com.br